
Dentre os mais de 200 artigos que
integram o documento final da Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, oito tratam especificamente sobre a
saúde. O texto destaca, por exemplo, o combate a aids, tuberculose, gripe e
doenças crônicas como diabetes e hipertensão, e afirma que é preciso redobrar
esforços para alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento, cuidados e
apoio.“As metas de desenvolvimento
sustentável só podem ser alcançadas a partir da redução dessas doenças,
propiciando às populações o bem-estar físico, mental e social”, afirma o
material. Em outro artigo, os participantes da
conferência reconhecem que a redução da poluição do ar, da água e do uso de
produtos químicos pode gerar efeitos positivos na saúde.O texto final traz ainda um apelo
para que os países signatários colaborem para fortalecer os sistemas de saúde,
aumentando o financiamento e a força de trabalho no setor. A distribuição de
medicamentos seguros e a ampliação do acesso a vacinas e tecnologias médicas
também são ações estratégicas descritas pelos representantes dos países. “As políticas públicas de saúde
contribuem para que o ser humano esteja no centro da agenda do desenvolvimento
de qualquer País. E ter um sistema público de saúde ultrapassa o direito
individual de cada cidadão. Ele permite e obriga que a organização do meio
ambiente e espaços urbanos coloquem a defesa da vida na regulação de cidades
mais saudáveis”, avalia o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.Segundo Padilha, o Brasil contribuiu
para uma grande experiência oferecendo saúde gratuita, integral e universal.
“Isso tem impacto direto no desenvolvimento sustentável, pois gera uma
mobilização entre o poder público em parceria com a sociedade civil para
colocar a defesa da vida no planejamento e no esforço político nas decisões
estratégicas”.A
Pasta informa que, desde a Conferência Rio 92, o Brasil expandiu o acesso da
atenção primária à saúde, que saltou de uma cobertura de 3% em 1992 para
aproximadamente 63% em 2012. “Não há dúvidas que o SUS contribuiu
significativamente para a melhoria da qualidade de vida da população
brasileira. Por isso, a Conferência Rio+20 é uma oportunidade para ampliar a
agenda de compromissos também do setor saúde”, acredita Guilherme Franco Netto,
diretor do departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador.